terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Data Especial

Sabe do que dia é hoje?
Segundo a wikipedia em português, várias coisas. Inclusive estava lendo que nesse dia em 1907 foi grafada pela primeira vez em um jornal recifense (Pequeno) a palavra "frevo". Combina bem essa informação com a véspera do Carnaval. E o melhor do mundo é certamente o Carnaval de Olinda/Recife. Enfim, hoje é dia do Frevo. Parabéns para nós.

Mas hoje é o Safer Internet Day 2010. Que basicamente só serve pra lembrar de educar os usuários e produtores de conteúdo da importância de fazer a Internet um lugar mais seguro. Uma máxima da engenharia de software declara que se a grama mudar de cor, o usuário morre de fome. Ofensas de lado, a maior parte de fraudes na Internet é originária de razões... sociais. O usuário continua sendo o elo fraco do compromisso. Tenho esperança que as próximas gerações serão mais conscientes do ambiente hostil que é a Internet, passe a deixar de querer Viagra de graça, ajudar o príncipe da Nigéria e sair clicando em tudo que é link de procedência duvidosa. Pelo outro lado, espero que os mecanismos de proteção contra ameaças estejam cada vez mais sofisticados e que programadores amadores parem de escrever aplicação vulnerável a SQL Injection e outros bugs amadores.


Faça sua parte nessa campanha. Divulgue a importância da educação dos usuários. Mantenha as atualizações de segurança do seu SO e browser em dia. Tenha um antivírus na sua máquina. Faça isso no computador de sua tia. Explique pra ela que ela não deve sair colocando a senha do cartão de crédito em tudo que é lugar. Faça da Internet um safer place. Ou se você também não entende nada disso que eu te falei, só uma dica: você provavelmente não é o 100.000.000º visitante de um website.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Charuto Cubano

Antes de mais nada, eu queria pedir a alguma alma caridosa que me fornecesse de bom grado um charuto. De preferência antes do Carnaval. Se possível cubano. Não que eu não pudesse comprar um, uma vez só na vida, até porque eu não fumo. Mas eu tenho essa ânsia a algum tempo de ganhar um charuto. Estranho, não é? Freud explica, porque eu próprio não consigo.

Enfim, o post de hoje não é sobre charutos, no entanto. Eu sou de criação católica. Minha mãe é religiosa, mas meu pai ateu. Por muito tempo, também segui a tradição católica e, até meados de minha adolescência, frequentava a missa. Felizmente, aos meus olhos, fui agraciado com clarificação e hoje estou livre desses pensamentos. A parte interessante é que, apesar de minha mãe notar claramente que não preservo nenhum costume católico, eu nunca falei com ela sobre isso. Acho que seria uma conversa infrutífera e desconfortável para ela, que tanta esperança depositava na lealdade do seu filho perante seu amado Pai etc. Não que ela fosse realmente ficar desapontada com isso. Ela casou com um homem ateu, é capaz de conviver. Mas é curioso como mesmo eu nunca tendo dialogado sobre isso com ela, estou me sentindo totalmente confortável escrevendo isso em local público (leia-se este blog). Inclusive livre para ela e toda minha família, quase todos religiosos, lerem. Provavelmente porque tenho certeza que não lerão.

Mas diferente do que você possa pensar, eu não abdiquei ao Catolicismo em favor de crenças similares, sejam evangélicas, Mesa Preta, Xangô, Islã ou adoração ao Belzebu. Minha clarificação veio por meio da Ciência. Eu vejo que minha educação religiosa teve um efeito positivo sobre mim. Carrego valores de respeito ao próximo, bom convívio, gentileza e misericórdia. Só essas virtudes não tem nenhuma relação com alguma entidade divina que tem uma certa mania de querer ver pênis circundados. Eu acho que poderíamos ensinar as nossas crianças daqui para frente um caminho do "bem pelo bem" e não por medo de punição, de queimar no Inferno.

"Bem pelo bem? Não existe uma coisa dessas", reclamaria alguém (se eu tivesse leitores). Eu, sabiamente, como o velho sábio Shitashi, concordaria com você. Não existe uma explicação partindo da própria virtude que justifique a ação da virtude. Por isso que admiro o ensinamento de Confúcio num dos volumes dos Analectos:
"Eis por certo a máxima da bondade: Não faças aos outros o que não queres que façam a ti." (Analectos XV, 23)

Isso, a elementar Regra de Ouro, que negligenciamos dia após dia. Essa é a coisa mais básica de todas para uma sociedade harmoniosa. Essa lição, diga-se a verdade, é transmitida de forma semelhante em muitas das religiões (incluindo as principais), mas é ofuscada e até contrariada pelas suas outras alegorias arbitrárias (leia-se Batismo, 72 virgens no Paraíso etc...), que terminam minando sua credibilidade ante uma mente verdadeiramente crítica. A mente crítica deve perceber os fatos e colher a verdade deles. Deve distinguir o que é, do que apenas lhe foi dito. Dessa forma, por meio dos fatos e da Ciência, chegar finalmente a conclusão sem viés sobre o tema das divindades: é totalmente inconclusivo. Essa é a minha resolução, é o que me faz poder dizer que hoje sou um agnóstico. Mas o fato de a resolução ser minha, não quer dizer que é um "ponto de vista". É uma conclusão, que qualquer mente crítica e sem viés chegaria. Repare que ninguém está dizendo aqui que não há nada sobrenatural por aí fora, que não existe alguma Providência ou algo que zele por nós. Só está sendo dito que a existência é meramente especulativa. Não há evidências físicas ou arqueológicas que comprovem a intervenção em nosso plano de qualquer força autoconsciente sobrenatural. [sarcasmo] Obviamente isso pode ser explicado pelo fato de que as pessoas malvadas da Ciência, no seu tempo livre, entre descobrirem a cura de doenças e comprovarem a Teoria da Evolução, caçam e destroem secretamente as provas arqueológicas de existências sobrenaturais. [/sarcasmo]

Eu acho que todo mundo é livre para acreditar. Há uma corrente no agnosticismo dos que, mesmo admitindo que seu sentimento é infundado por teses, prefere ainda ter fé. Mas antes de você achar que é um agnóstico e não sabia, procure ler mais um pouco sobre o tema. Principalmente porque se você quer ser chamado assim, você deve negar o conhecimento teológico. A única coisa que você crê é que a questão é inconclusiva, por isso você se abstem de uma posição. Eu pessoalmente sou de outra corrente, um agnóstico ateísta. Apesar de eu não saber de nada da resposta, tenho convicção (essa sim é pessoal e particular) de que divindades não existem. Pelo menos não Nem perto de como são descritas por nós reles mortais, nas nossas inúmeras crenças.

Por fim, apesar de tudo, as religiões, arbitrárias como elas são, ainda tem um papel importante na manutenção da ordem social. Mas eu realmente acho triste ver que nós precisamos muitas vezes de um totem de madeira pra andar na linha.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

The Catcher in the Rye

Morreu aos 91 anos, J. D. Salinger, célebre escritor estadunidense. Que entre outras obras menos conhecidas, publicou em 1951 The Catcher in the Rye. Surpreendentemente, na versão traduzida para o Português, o título foi traduzido corretamente e se chama O Apanhador no Campo de Centeio. É uma das principais obras da literatura moderna, onde um adolescente revoltado, Holden Caulfield, narra uma pequena aventura, que para todos os efeitos não tem nada de épico ou memorável.
Sou da opinião de que para escrever maestral e convincentemente uma narrativa em primeira pessoa, o autor deve partilhar e sentir muito daquilo que sente seu personagem. Mesmo a criatividade e o grande entendimento das diversas variações da alma humana não são páreo para a projeção dos próprios sentimentos em forma descritiva. O estilo de vida avesso à fama e adepto a reclusão de Salinger, a ponto de ser rabugento, o aproxima do rapaz Holden da sua mais conhecida obra. O escritor parece ter seguido um dos desejos de Holden em algum dos seus mil devaneios e/ou resoluções, o ato de construir para si mesmo “a little cabin somewhere with the dough I made and live there for the rest of my life,” isso para evitar “any goddam stupid conversation with anybody.”
Essa é uma passagem interessante do livro, e foi por conhecê-la que tive curiosidade de checar a obra, que é referenciada na série de animação Ghost in the Shell, que sou fã.
"I thought what I'do was. I'd pretend I was one of those deaf-mutes..."
Enfim, não posso dizer que apreciei o livro ou o enredo, as idéias e pensamentos novos dele, que teriam algum efeito sobre mim se eu fosse um jovem dos 50's, já estão fora de tempo. Mas é bom sempre dar uma olhada nos clássicos da literatura mundial. E um dos trechos mais bonitos do livro é o que justifica o seu título.
Enfim, faleceu Salinger, está aqui o registro de minha parte.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

The Perry Bible Fellowship

Eu não escondo de ninguém meu gosto pelo xkcd.com. Sou fã dessa maneira, por meio de comics, de fazer um humor rápido relacionado às nossas trivialidades diárias, que mesmo que já tenhamos parado pra pensar sobre o assunto, nunca reparamos como se pode tirar algo engraçado e refletível sobre isso. Ao menos algumas nerdices fazem parte das minha trivialidades diárias, por isso a maior identificação. Eu queria ter desenhado isso e isso. Enfim, não sou ainda um desenhista de tirinhas, e acredito que todos temos (adoro silepses) um papel no mundo e o meu não é esse. E também não quer dizer que eu sou propriamente fã de comics, no máximo de tirinhas, porque nunca li revista do Batman ou Spiderman.

Recentemente eu descobri, por meio da página do xkcd.com, o site de tirinhas The Perry Bible Fellowship. Antes de clicar e se entreter para sempre e não ler o resto do meu post, não clique e não se entreta para sempre antes de ler o fim do meu post. Bem, diferente das outras indicações de comics no xkcd, o site de tirinhas by Nicholas Gurewitch me conquistou. Primeiro pelo humor não rebuscado por pseudo-intelectualismo acadêmico originário de pessoas usando óculos de armação grossa e calça xadrez, mas ao mesmo tempo crítico, metafórico e mórbido. As tirinhas falam de religião, política (como ela é, não citando nomes) e relações humanas. Quase sempre com um final infeliz, dois ou três quadros à direita do começo, mas hilário.


Enfim, isso tudo pra dizer que passarei a usar como referência bibliográfica para artigos. Pode clicar ali agora e se possível. Ou nos Adsense ao lado, hahaha. Eu vou escrever Playstation 3 aqui no post só pra checar se o Google detecta e coloca um anúncio de PS3 ao lado. Quem sabe aparece um santo e compra um.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Nexus One

Um senhor telefone... Mas eu confesso que me decepcionei com o último anúncio da Google sobre o seu novo telefone, o Nexus One, o tão esperado Google Phone. Não que ele seja um gadget ruim, mas eu esperava que o Google, com sua tradição em inovar, viesse trazer alguma revolução. Não foi o que aconteceu. Ele possui uma forte integração (óbvio) com os serviços da empresa de Mountain View e sua função mais interessante é a fácil conversão de voz para texto, só que através dos servidores Web da empresa, o que requer estar conectado à Internet.
Enfim, o celular é caro! U$530! Lá. Não é disponível para compra aqui no Brasil ainda. Mas tem opção de compra por U$179, vendendo a alma para assinando contrato com a T-Mobile. Mas é isso, nada de revolução. Nada de VoiP para as massas, sabre de luz embutido, fadas madrinhas, gnome cantores, Coca-cola em casco de Pepsi ou IDKFA. Mas espero estar vivo para o dia em que fazer uma ligação seja barato.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Lei, justiça e ordem

Primeiramente, Feliz 2010!
Já faz algum tempo desde que bloguei aqui e, nesse novo ano, pretendo, além de me formar, escrever mais aqui. Não que eu estivesse planejando, não. Eu estava na cama prestes a dormir quando resolvi ligar o PC e vir escrever aqui. Sinceramente espero que seja um recomeço de uma regularidade.
Enfim, o âmbito da minha reflexão eram as leis. Muitas vezes contraditórias, a ponto de uma parcialidade tal que é necessária a presença de advogados nos tribunais. Apesar de parecer óbvio que eles estejam lá, estar certo ou errado perante a lei não deveria ter margem a interpretações. Bacharéis que me perdoem, mas eu acho que não há ocupação menos nobre na nossa sociedade do que a de um advogado. E como dizia um professor de estatística que eu conheci, formado engenheiro: O desenvolvimento de uma sociedade é diretamente proporcional ao seu número de engenheiros e inversamente proporcional ao seu número de advogados.

Sem fugir mais ao tema. Mas qual é o propósito das leis e penas? Há duas vertentes a serem analisadas: manter a ORDEM ou aplicar a JUSTIÇA. Embora soem como duas virtudes desejáveis, muitas vezes elas são contraditórias. Manter a ordem se refere a tentar evitar que a boa convivência social se desgaste. Justiça é bem mais sobre punição. Eu não pensaria em algo mais justo do que o Código de Hammurabi, olho por olho, dente por dente. É cruel, mas é a mais pura justiça. Justiça não é necessariamente nobre.
A ordem também tem seu preço. Muitas cabeças no mundo e é impossível que elas olhem todas pro mesmo lado. Vivemos em divergências, invadindo os limites dos outros. Tentar regulamentar os limites de cada pessoa poda sua liberdade. Usar as leis para promover a ordem não é algo novo, mas em muitos momentos da história isso foi considerado opressão.
Percebo que as nossas Leis, dos ditos países democráticos, são muito mais para garantir a ordem, do que para prover justiça. Talvez a maior prova disso é que o capitalismo não é crime (aqui era pra rir), que é injusto em sua essência. Mas é algo a se pensar quando estivermos falando sobre leis. Sempre virão argumentos usando a nobreza da ordem ou da justiça a seu favor, mas que no entanto, podem ser contraditórios. E para decidir qual caminho seguir, precisamos definir o que queremos para nossa sociedade. Prioridade para ordem ou para a justiça.

Um exemplo inocente para ilustrar o paradoxo das duas vertentes. Um tempo atrás, havia um projeto de lei na câmara dos vereadores de São Paulo querendo proibir o carona de motocicletas porque se constatou correlação entre esse tipo de prática com a quantidade de assaltos na cidade. Bem, não é justo que quem não usa a carona da moto para fins desonrosos tenha que pagar com a perda dessa liberdade por conta dos poucos que o fazem com maus intentos. No entanto, a correlação estatística do fato leva a crer que, com essa proibição, haveria diminuição de incidência de assaltos, sendo um ganho para a ordem civil. Muitas vezes temos que por os dois na balança. Mas qual priorizamos? Alguém sabe?

Um Feliz Ano Novo!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Série: o que eu conseguiria dizer no Twitter

Já que sou prolixo, só venho por meio deste informar que não tenho mais espaço pro resto da informação...